A declaração gerou um tumulto imediato nas redes sociais. Musk, conhecido por sua postura combativa nas plataformas, respondeu em seu perfil no X (ex-Twitter), ironizando a fala de Janja e dizendo: "Eles vão perder a próxima eleição".
Enquanto o Brasil se preparava para o início da cúpula, o impacto do conflito de declarações entre Janja e Musk reverbera em Brasília. Parlamentares criticam o espisódios e a própria atuação da primeira-dama, acusando a primeira-dama de criar uma polêmica desnecessária. Já aliados do governo tentaram minimizar o ocorrido, defendendo que a fala de Janja foi um ato de indignação, reflexo das dificuldades enfrentadas pelo Brasil no combate à desinformação.
Para o deputado federal Airton Faleiro (PT-PA), a participação da primeira-dama foi fundamental para destacar a relevância da pauta social no evento, ressaltando que "Janja expressou a indignação de quem reconhece o perigo das fake news na radicalização contra a democracia e no avanço do fascismo".
Já o deputado federal Nilto Tatto (PT-SP) foi direto em seu apoio, declarando com um simples, mas contundente: “Orgulho da Janja”.
Apesar da defesa de petistas, a postura de Janja gerou críticas explícitas por parte da oposição. O senador Jorge Seif (PL-SC) chamou de "lamentável e vergonhosa" a atitude da primeira-dama, apontando que o Brasil "merece ser representado com decoro e respeito, não com ataques grosseiros". Para o congressista catarinense, essa postura reflete a "essência" do atual governo, que ele descreve como "pequeno, baixo, sujo, irresponsável e cheio de problemas".
Na mesma linha de Seif, o deputado federal Coronel Meira (PL-PE) também criticou o comportamento da primeira-dama, classificando-o como “lamentável e constrangedor”, ressaltando o “baixíssimo nível” demonstrado no evento.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, adotou uma postura mais cautelosa. No Festival Global Contra a Fome e a Pobreza, ele declarou que não é necessário ofender ninguém para provocar uma mudança social. Sem mencionar diretamente sua esposa, o petista ressaltou a importância de indignar a sociedade sobre as questões de fome e desigualdade, mas deixou claro que xingamentos não são o caminho.
Chegada de Milei aumenta o "climão"
Se não bastasse o "climão" gerado pela postura de Janja, a temperatura elevou ainda mais com a chegada do presidente argentino Javier Milei à cerimônia de abertura do G20. O encontro entre o presidente argentino e Lula foi marcado por cumprimentos frios e distantes. O contraste de tratamento ficou evidente em razão da cordialidade demonstrada pelo brasileiro ao receber outros líderes globais, como Joe Biden, Emmanuel Macron e Giorgia Meloni, com abraços calorosos e sorrisos.
A diferença no trato foi ainda mais evidente considerando os encontros recentes de Milei com outras figuras de destaque, como Elon Musk e Donald Trump. Na última semana, o chefe de Estado argentino estava na casa do presidente eleito norte-americano, com quem teve um tratamento bem mais amigável e descontraído. Na ocasião, Milei trocou abraços calorosos e fotos sorridentes com o dono da Tesla e o republicano.
A reação do governo e o desconforto de diplomatas e parlamentares refletem a complexidade da política externa do Brasil, em um momento crucial para o país no cenário global.