Desde o falecimento do Papa Francisco, na segunda-feira de Páscoa, aumentou a atenção sobre os acontecimentos na Igreja Católica, algo compreensível, dado o caráter raro desse tipo de evento.
O que poucos esperavam é que a cobertura do conclave e a eleição do Papa Leão XIV viriam acompanhadas por um fenômeno silencioso, mas expressivo: o aumento da busca por conversão.
Segundo levantamento divulgado pela agência de notícias Zenit, as buscas pela pergunta “como se tornar católico?” cresceram 373% no Google entre os dias 20 e 26 de abril.
O dado, que coincide com o período entre a morte de Francisco e os primeiros dias do conclave, revela mais do que curiosidade. Aponta para um interesse crescente pela doutrina, pelos ritos e pela experiência espiritual oferecida pela Igreja.
Em entrevista à Brasil Paralelo, o padre Thiago Fragoso comentou que a Igreja Católica segue firme também por oferecer a estabilidade que falta ao mundo:
"Em geral, as pessoas tendem a imaginar a Igreja Católica como uma instituição ultrapassada, e o próprio Papa Leão XIV comentou sobre isso em uma de suas primeiras alocuções. Mas a Igreja conserva uma força extraordinária, como temos visto nestes tempos. O interesse aumentou porque a Igreja apresenta algo que falta no mundo: perenidade, estabilidade. Em um mundo líquido, a doutrina católica oferece firmeza."
A percepção do sacerdote encontra eco em um relatório recente da Sociedade Bíblica, intitulado "O reavivamento silencioso".
O documento aponta para um crescimento no interesse pelo cristianismo entre jovens adultos, sobretudo nas faixas etárias entre 18 e 34 anos. No Reino Unido, por exemplo, o número de jovens católicos passou de 23% em 2018 para 41% em 2024.
Para o padre Thiago, mais do que atração pelos ritos e pela beleza das cerimônias, há uma busca por experiência concreta da fé:
"O itinerário espiritual apontado pela Igreja é um só: o conhecimento de Cristo. Ser católico é viver um estilo de vida com base na fé. O desejo de viver um catolicismo autêntico tem sido despertado porque, nesses dias, a Igreja mostrou quem ela realmente é: não aquilo que ouvimos da mídia, mas a Igreja real."
Para se tornar católico é preciso compreender a igreja, além do elemento humano:
"Quem quer se aproximar da Igreja precisa estar disposto a compreendê-la como ela é, não como é retratada. Existe o elemento humano, falho, mas também o espiritual: Cristo é a cabeça da Igreja. A promessa de que as portas do inferno não prevaleceriam continua de pé. Mas é preciso buscar conhecer, estudar a doutrina e a história da Igreja de forma honesta, sem preconceitos."
A Igreja, tão criticada por setores da cultura moderna, voltou a ser tema central em conversas, rodas de amigos e discussões nas redes.
A morte de um papa e a eleição de outro parecem ter despertado algo que vai além da notícia: uma inquietação interior. Uma pergunta que, por si só, carrega um mundo de significado: como se tornar católico?
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