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Segurança pública
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Descubra como a máfia italiana ajudou a criar o PCC

Presidiários ligados à Camorra ajudaram a construir os códigos e a estrutura da facção mais poderosa do Brasil.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
19/9/2025 19:34
R7

O PCC foi criado em 1993, na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté (SP). O presídio era conhecido por abrigar criminosos de alta periculosidade.

O grupo surgiu a partir de um time de futebol com 8 detentos, mas passou a se estruturar como uma espécie de sindicato.

A facção se propunha a enfrentar as condições precárias do sistema carcerário e controlar os conflitos entre presos.

Enquanto o PCC começava a se organizar, dois criminosos italianos acompanhavam os acontecimentos de perto.

Os irmãos Bruno e Renato Torsi eram mafiosos ligados à Camorra de Secondigliano, na região de Nápoles.

  • Conheça a origem das facções mais poderosas do país com o especial da Brasil Paralelo. Assista completo abaixo:

Quem eram os irmãos Torsi?

Matéria com uma foto de Bruno Torsi. Imagem: Leandro Leandro.

Os Torsi integravam a célula Nuova Famiglia, ramo da Camorra especializado em sequestros

Em 1983, lideraram o sequestro do joalheiro italiano Presta Luigi. O empresário só foi libertado após pagamento de um resgate estimado em 1,7 bilhão de libras italianas, o equivalente a R$4,8 milhões na cotação atual. 

A polícia italiana conseguiu juntar uma série de evidências contra os culpados pelo crime, incluindo:

  • ligações monitoradas;
  • digitais em armas; e 
  • cédulas marcadas.

Quando a rede começou a cair, os irmãos fugiram para a América do Sul, passando pela Venezuela e chegando ao Brasil

Em 18 de maio de 1990, eles foram presos pela Polícia Federal com documentos falsos em um hotel na região dos Jardins, na capital paulista.

Bruno chegou a fugir do Carandiru em 26 de agosto de 1992, mas foi recapturado, já Renato foi transferido entre unidades até Taubaté.

Os irmãos Torsi ajudaram a construir o estatuto e a estrutura do PCC 

No presídio, os italianos fizeram amizade com Mizael Aparecido da Silva, mais conhecido como Miza.

Foto de registro de Mizael. Imagem: Uol.

O criminoso era um dos oito fundadores do PCC e viria a se tornar o idealizador do estatuto que rege o grupo até os dias de hoje

Segundo investigações brasileiras e italianas, os Torsi ajudaram a estabelecer a estrutura e o modelo de atuação do PCC.

Eles ensinaram que a organização precisava ter códigos de conduta e disciplina interna claras, inspirando a criação do estatuto do PCC.

A facção também passaria a se organizar como a máfia italiana, contando com as sintonias, núcleos divididos com base na atividade criminosa e local de atuação.

Além disso, os irmãos ensinaram os detentos a lidar com o dinheiro e tornar o grupo sustentável, estabelecendo:

  • mensalidades de associados;
  • fundo comum para ajuda às famílias dos presos e custear advogados; 
  • reinvestimento do lucro em atividades legais; e 
  • lavagem para ocultar origem criminosa.

A partir dessas regras e estruturas organizacionais, a facção cresceu nas cadeias e passou a operar nas ruas

Renato Torsi foi extraditado para a Itália em outubro de 1994, seu irmão passou pelo mesmo processo no ano seguinte. 

Mafiosos continuaram a amizade com fundadores do PCC

Apesar de terem deixado o Brasil, os irmãos mantiveram a relação de amizade com Mizael por escrito:

Aqui é onde nascemos. Eu e o Bruno. Para o meu amigo e irmão Mizael. Abraço com saudades, Renato.” Estava registrado em um cartão postal.

Em outro, os dois agradecem por receber notícias de Mizael e oferecem ajuda para ele caso precise de algo na itália:

Mizael, é um grande prazer receber as suas notícias. Dê-me sempre suas notícias e o que precisar aqui na Itália e estiver ao meu alcançe (sic) é só falar, ok meu grande Brother?? Um abraço. Seus amigos Bruno e Renato.”
Camorra, 'Ndrangheta e Cosa Nostra: máfias italianas parceiras do PCC
Foto do cartão postal enviado pelos irmãos Torsi para Mizael. Imagem: Uol.

PCC continua aliado à máfia italiana

Atualmente, o PCC é a principal facção criminosa do Brasil. A Operação Carbono Oculto mostrou que o grupo mobilizava mais de R$30 bilhões através de 40 fundos de investimento.

  • Saiba mais sobre a operação contra o crime organizado que atingiu a Faria Lima com o especial da Brasil paralelo. Assista completo abaixo:

Além disso, a organização tem uma forte atuação internacional, com presença em pelo menos 28 países, segundo o Ministério Público de São Paulo.

A facção segue mantendo laços importantes com grupos italianos, principalmente a máfia calabresa, ‘Ndrangheta.

A Itália é hoje uma rota-chave da cocaína para a Europa, e máfias italianas têm negociado remessas da América do Sul com o PCC

Autoridades brasileiras veem o país como uma das maiores preocupações no combate ao narcotráfico.

O promotor de justiça do Ministério Público de São Paulo, Lincoln Gakiya, explica que o PCC tem se tornado uma ameaça na Europa e ainda aprende com as máfias:

"O maior perigo do PCC é a sua origem prisional, onde eles têm poder de organização e de ideologia, uma disciplina muito rígida e que se dissemina muito fácil no sistema prisional. Esse é o maior perigo para os países europeus da presença do PCC, mas eles estão também aprendendo com os europeus, sobretudo com os italianos: na distribuição de drogas, no envio do dinheiro sem que ele circule em termos formais".

A Brasil Paralelo investigou o poder das facções e as causas para a crise de segurança no país.

O resultado foi a série Entre Lobos, uma das principais produções nacionais sobre o tema.

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