O passado bateu à porta, e a Meta está em dificuldades. Mais de uma década depois de comprar o Instagram e o WhatsApp, a empresa de Zuckerberg enfrenta o maior julgamento antitruste contra uma big tech em anos.
Caso se entenda que as leis antitruste foram violadas, o resultado do julgamento pode obrigar a empresa a vendê-los.
No caso da Meta, a Comissão Federal de Comércio (FTC) está julgando se a compra do Instagram e WhatsApp reduziu a concorrência, prejudicando-a. Segundo o advogado da FTC, Daniel Matheson:
“Eles decidiram que a concorrência era muito acirrada e que seria mais fácil comprar seus rivais do que competir com eles".
Além disso, e-mails antigos de Zuck mostram ele preocupado com outro como o finado Path, provando que a concorrência sempre rondou.
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A FTC fez graves acusações.
No caso específico da empresa, isso significa que, se o Snapchat e o Whatsapp estavam crescendo, comprá-los foi uma maneira de evitar ameaças à sua liderança.
Segundo os reguladores, a Meta comprou concorrentes importantes para garantir sua liderança nas redes sociais e limitar a concorrência. Em 2012, o Instagram foi adquirido por US$1 bilhão, cerca de R$5,85 bilhões e o Whatsapp por US$21 bilhões (cerca de R$122,5 bilhões).
Um e-mail de Zuckerberg de 2012, mostrado pelo advogado da FTC, deixa claro que o Instagram estava em franco crescimento e Zuck sabia que precisava agir rápido para que sua empresa não fosse prejudicada.
Um documento anexado ao processo revela que ele chegou a pensar em tornar o Instagram uma empresa separada, para evitar o processo por monopólio.
Mark Hansen, representante da Meta, disse que nenhum monopólio existe, pois Facebook, Instagram e WhatsApp operam de modo gratuito.
“Cadê o aumento de preço? Cadê a restrição de serviço?”
Hansen ainda abordou o problema da segurança jurídica:
“Rever fusões de dez anos atrás? É dizer que nenhum acordo é definitivo!”
Para ele, o mercado está mais aquecido do que nunca, com TikTok, YouTube, X e até iMessage na briga.
O time da empresa afirma enfatiza que a necessidade de inovações, como o Instagram Reels, surgiu em resposta à crescente popularidade do TikTok:
"A Meta se adapta rapidamente às demandas do mercado e não opera de forma isolada".
Além disso, os advogados argumentaram que "a Meta investiu significativamente na melhoria de seus aplicativos".
Também destacaram que, embora os usuários interajam com influenciadores e conteúdos variados, isso não prejudica a capacidade da Meta de atender às necessidades de conexão pessoal entre amigos e familiares.
Além disso, a defesa apresentou as aquisições do Instagram e do WhatsApp, como parte de uma estratégia para se adaptar a um mercado em rápida evolução, em vez de uma tentativa de eliminar a concorrência.
Dessa forma, os advogados buscam consolidar a posição da Meta como uma empresa que compete de forma justa e que oferece valor significativo aos seus usuários, sem recorrer a práticas anticompetitivas.
O juiz James Boasberg, que vai decidir o caso sozinho, terá uma grande responsabilidade nas mãos.
Zuckerberg já esteve no tribunal, enfrentando cerca de sete horas de interrogatório. A FTC ainda vai chamar pessoas da relevância de como Sheryl Sandberg, “ex-número dois” da Meta, e Adam Mosseri, CEO do Instagram.
Durante as falas iniciais, Matheson afirmou que os consumidores não possuem "alternativas razoáveis" às plataformas da Meta.
Além disso, o advogado da parte contrária questionou Zuckerberg sobre a evolução do Facebook ao longo dos anos, apontando que os objetivos da rede social mudaram. Segundo ele, a rede social deixou de ser uma plataforma para conexão entre amigos e familiares, focando agora em exibir conteúdos de terceiros que possam ser interessantes para os usuários. O advogado destacou o lançamento de funcionalidades como o feed de notícias e grupos.
Se a FTC vencer a ação, a Meta pode ter que dizer adeus ao Instagram e WhatsApp, que juntos têm mais de 2 bilhões de usuários.
O julgamento segue nas próximas semanas, sob os olhos de todo o mundo da tecnologia.
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