O papa Leão XIV canonizou hoje, domingo (7), o jovem Carlo Acutis, conhecido como “padroeiro da internet”. A cerimônia marcará a canonização do primeiro santo da geração millennial, nascida entre 1981 e 1995.
A celebração acontecerá na Praça de São Pedro, às 5h (horário de Brasília) e marcará também a primeira canonização conduzida pelo novo papa.
Meses antes de morrer, o jovem gravou um vídeo em que demonstrava saber que seu fim estava próximo.
O vídeo foi encontrado poucos dias após o funeral, em outubro de 2006, por sua mãe, Antonia Salzano. Ao acessar o computador do adolescente, ela descobriu o conteúdo gravado na cidade de Assis.
“Poucos dias depois do funeral, ao amanhecer fui acordada por uma voz: ‘Testamento’. Fiz uma revisão em seu quarto, estava pensando em encontrar algum escrito. Nada. Liguei o computador, o instrumento que ele preferia. Na área de trabalho havia um pequeno vídeo gravado por ele mesmo em Assis três meses antes: ‘Quando eu pesar 70 quilos, estou destinado a morrer’”, relatou.
Carlo foi diagnosticado com leucemia promielocítica (tipo M3) e morreu dois dias depois, em 12 de outubro de 2006. Quando descobriu o diagnóstico, ele tinha acabado de atingir o peso mencionado no vídeo.
Carlo Acutis nasceu em Londres, em 1991, mas cresceu em Milão, na Itália, em uma família rica que não era praticante da fé. Ainda assim, desde cedo demonstrou interesse pelo catolicismo, incentivado por sua babá, Beata, que o ensinou a rezar.
Além da espiritualidade, destacou-se pelo talento em informática. Aos nove anos, já estudava manuais de programação e usava suas habilidades para ajudar instituições religiosas.
Suas pesquisas na internet, deram vida ao site “Miracoli Eucaristici” (Milagres Eucarísticos), reunindo registros históricos de milagres ligados à Eucaristia.
Outro aspecto que marcou a trajetória de Carlo foi a caridade. Segundo relatos de seu babá, Rajesh Mohur, o adolescente costumava distribuir parte de suas economias e alguns pertences pela cidade de Assis, na Itália.
O trabalho com os pobres foi lembrado no dia de seu funeral, que contou com a presença de várias pessoas ajudadas por ele.
Poucos dias antes de sua morte, no dia 6 de outubro de 2006, Carlo apresentou hematúria, um sangramento na urina. Após consulta médica e exames iniciais, não foi constatada gravidade.
No dia seguinte, o jovem já não conseguia se mover sozinho e precisou da ajuda do pai para levantar-se e usar o banheiro. Um médico da família sugeriu que fosse levado à Clínica De Marchi, em Milão.
Segundo relato de sua mãe, os médicos não tiveram dúvidas após os primeiros exames.
“Como se fosse hoje, voltam à minha memória as palavras que nos disse o médico pouco depois dos primeiros exames: ‘Carlo foi atingido, sem possibilidade de dúvida, por uma leucemia de tipo M3, ou leucemia promielocítica’.”
O adolescente foi transferido para a terapia intensiva, com auxílio de aparelhos respiratórios. Em seguida, foi encaminhado ao Hospital San Gerardo de Monza, que possuía centro especializado no tratamento da doença.
Ao chegar ao hospital Carlo afirmou que não sairia dali:
“Eu não saio vivo daqui; prepare-se.”
Poucas horas depois, entrou em coma e faleceu.
“Alguns instantes antes de entrar em coma, ele me disse que teve um pouco de dor de cabeça. Não me alarmei com isso, pois continuava vendo-o, sim, sofrendo, mas, ao mesmo tempo, sereno. No entanto, poucos instantes depois, fechou os olhos, sorrindo. Não mais os abriu. Parecia que estava apenas cochilando. Pelo contrário, entrara em coma por causa de uma hemorragia cerebral que, no espaço de algumas horas, o levou à morte.”
Os médicos diagnosticaram morte cerebral às 17h45 do dia 11 de outubro. O respirador foi mantido ligado até a parada natural do coração, registrada às 6h45 do dia 12 de outubro, data em que a Igreja celebra Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
“Estou destinado a morrer.” Essas palavras, ditas dois meses antes de sua morte, abrem o filme.
Na tela, a história é contada em uma narrativa que mescla depoimentos de pessoas que conviveram com Carlo com cenas dramatizadas por um ator parecido com ele.
Amigos, sacerdotes e familiares relatam suas experiências, mostrando como sua vida curta deixou marcas profundas.
A obra, já exibida em diferentes países, mostra Carlo não apenas como personagem histórico, mas como jovem capaz de inspirar novas gerações.
Tempo de duração: 1h17min
Direção: José María Zavala
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