Marcha Pela Vida de Belo Horizonte, realizada no dia 08/10/23. Foto publicada no perfil do grupo "Salvamos Vidas", no Instagram.
Ao analisar o procedimento e os argumentos em defesa do aborto, diversos médicos, especialistas em bioética, filósofos e outros especialistas elaboraram argumentos para contra o aborto, afirmando que essa prática se trata de assassinato do filho e causa malefícios causados a mãe.
O bebê é um outro ser humano, não parte da mulher, não podendo ser abortado;
O aborto causa diversos malefícios físicos e psicológicos a mulher;
A solução para a saúde pública não é o aborto, mas os cuidados a gestante e seu filho;
Grande parte dos dados utilizados para justificar a legalização do aborto são falsos.
Confira a explicação de cada um.
A vida começa na concepção
Logo na fecundação do óvulo feminino com o espermatozóide masculino é formada toda a estrutura genética do novo ser humano, seu código genético é único e irrepetível. Essa estrutura é a mesma durante toda a vida de uma pessoa, aponta o médico Hélio Angotti Neto no documentário Duas Vidas:
"O que é científico nessa discussão? A junção de um gameta feminino e um gameta masculino geram um novo organismo com seu código genético próprio. É um ser humano, não é um tatu-bola, uma samambaia, não é um periquito, ali temos um ser humano indiscutivelmente.
Um dia eu fui um feto, um dia eu estarei idoso. Sou eu em diferentes momentos", disse o Dr. Hélio.
Segundo o Manual de Bioética I: Fundamentos e ética biomédica:
“O primeiro dado incontestável, esclarecido pela genética, é o seguinte: no momento da fertilização, ou seja, da penetração do espermatozóide no óvulo, os dois gametas dos genitores formam uma nova entidade biológica, o zigoto, que carrega em si um novo projeto-programa individualizado, uma nova vida individual”.
Quando o espermatozóide fecunda um óvulo, uma luz é emitida, marcando a formação do código genético de um novo ser humano. Confira o vídeo que retrata esse momento.
Marlon Derosa, mestre em bioética, destaca que é uma certeza entre os embriologistas e os livros de medicina e biologia que a vida humana começa na concepção.
No podcast Conversa Paralela, Marlon destaca que muitos defensores do aborto sabem disso, mas defendem que aquele ser humano não é uma pessoa, como afirma Judith Jarvis Thompson no artigo Uma Defesa do Aborto. Para ela:
"Um ovo recém fertilizado, um grupo de células recém implantado, não é mais uma pessoa do que uma bolota é um carvalho", escreveu no artigo Uma Defesa do Aborto.
Para Marlon, essa perspectiva é um subjetivismo extremo que justifica atrocidades como ocorreram nos genocídios do século XX. Para Hitler e Stalin, dois dos maiores assassinos da história, seus alvos eram seres humanos, mas não pessoas.
Se a vida humana não for defendida com critérios objetivos e desde seu início, a sociedade e os indivíduos correm perigo. A consequência lógica desse pensamento é de que qualquer arbitrariedade pode ser justificada, afirmou Marlon na Brasil Paralelo:
Caso um grupo de pessoas determine o início da vida segundo sua vontade, ela pode determinar quando aquela vida pode ser tirada. Esse é o caso dos autores de massacres, como ocorreu na escola de Sapopemba, em São Paulo.
O argumento contra o aborto que defende a vida desde a concepção afirma que esse procedimento é um assassinato em qualquer idade gestacional.
Como é feito o aborto? Imagens mostram o bebê lutando pela vida
O primeiro trimestre de gestação da mulher vai da semana 1ª à 13ª. A maior parte dos procedimentos são feitos nessa fase, quando o bebê está na formação inicial.
A partir da 5ª semana, o bebê tem:
batimento cardíaco;
dedos dos pés e mãos;
braços;
pernas;
mas ainda tem os ossos frágeis.
Em geral, as mulheres identificam a gravidez na 4ª ou 5ª semana. Durante a curetagem e a aspiração intrauterina - um dos métodos mais utilizados -, o bebê luta pela sua vida, tentando desviar do instrumento.
O médico Bernard Nathanson, conhecido como pai do aborto, mudou suas crenças após a criação do ultrassom, quando ele viu um aborto pela primeira vez.
Após sua formatura na Universidade de McGill, o médico realizou diversos abortos na década de 70, inclusive do seu próprio filho no ventre de sua esposa.
Após a criação do ultrassom, sua vida mudou: quando Bernard pode realizou um aborto com a nova tecnologia, ele viu o bebê lutando pela sua vida.
A partir desse momento, Bernard percebeu que desde o início da concepção o bebê já possui seu próprio código genético com todo seu potencial futuro, passando a se manifestar em defesa da vida desde a concepção.
"Pude comprovar que é um ser humano com todas as suas características. E se é uma pessoa, tem direito à vida.
Eu não creio, eu sei que a vida começa no momento da concepção e deve ser inviolável. É um ser humano, com todas as suas características” (fala proferida no documentário O Grito Silencioso).
A aspiração intrauterina pode ser feita manualmente ou com um aparelho elétrico. Na primeira forma, depois de sedar e anestesiar a gestante, o médico insere na vagina o aspirador manual, uma espécie de seringa grande, de 60 ml, que tem uma cânula (um tubo de plástico) encaixada em sua ponta.
Ela pode variar de 4 a 12 milímetros de espessura e chega até o útero. Quanto mais avançada a gestação, maior ela é.
O médico puxa o êmbolo da seringa e ela suga pedaços do saco gestacional. Em seguida, caso necessário, usa-se a cureta para fazer a limpeza do útero.
A aspiração manual é um procedimento mais rudimentar. A elétrica é o método mais usado.
O médico que promove o aborto coloca na vagina da mulher um espéculo, ferramenta responsável por manter o órgão aberto. Depois ele insere uma ferramenta chamada dilatador no colo do útero para facilitar o acesso.
Um cateter de sucção é inserido, com um poder de sucção até 10 ou 20 vezes maior que um aspirador de pó doméstico.
A sucção dilacera completamente o bebê. Um dos riscos é uma sucção incompleta da placenta e dos membros do feto, em geral ainda é feita a curetagem para extrair o restante do bebê.
Os riscos e efeitos colaterais desse procedimento são:
danos ao útero;
danos ao colo do útero;
hemorragia;
infecção;
morte da mãe;
complicações para gestações futuras.
Pílulas abortivas
Animação representando um aborto usando o medicamento Misoprostol.
Dois medicamentos podem ser usados para promover o aborto: a Mifepristona e o Misoprostol. O primeiro pode ser usado até 9 semanas de gestação e o segundo até 22.
No caso da Mifepristona, a mãe ingere pílulas e elas inibem a produção de progesterona de seu corpo.
Com a inibição desse hormônio, o bebê para de receber da mãe o fluxo de sangue e nutrientes necessários para seu desenvolvimento e sobrevivência.
Tendo cortado o essencial para a sobrevivência do bebê, ele vem a óbito. Após sua morte, o corpo expele-o naturalmente.
Para o Misoprostol, o médico administra uma grande quantidade do medicamento na boca e na vagina da paciente. As cápsulas quebram as fibras de colágeno do útero e fazem com que ele faça movimentos de contração, causando sangramentos intensos, até que o feto seja expelido.
Para amenizar as dores das contrações, analgésicos são administrados pela veia. Depois de expelir, costuma-se fazer uma curetagem para limpar o útero.
Nestes processos, que duram horas ou dias, a mulher pode perder o bebê a qualquer momento. É muito comum ocorrer do bebê ser abortado em casa, no banheiro. A instrução das clínicas de aborto, para esses casos, é dar descarga.
Caso o bebê tenha 9 semanas, é possível ver o saco gestacional com um pequeno bebê com os dedos das mãos e dos pés já formados.
Os riscos e efeitos colaterais desse procedimento são:
dores abdominais;
náusea;
vômitos;
diarréia;
dor de cabeça;
fortes sangramentos que duram em média 9-16 dias. Em 8% dos casos dura mais de 30 dias e em 1% dos casos é necessário hospitalizar a mulher devido aos fortes sangramentos.
Esse vídeo foi elaborado pelo Dr. Anthony Levatino para mostra o como é feito o aborto em diferentes tipos e fases da gestação:
O bebê é um outro ser humano, não parte da mulher, não podendo ser abortado