Viagens interestelares ganharam o imaginário popular com filmes como Interestelar e 2001: Uma Odisseia no Espaço. Mas o que parecia restrito à ficção científica ganhou contornos reais nos últimos anos.
Objetos que viajam entre as estrelas, vindos de fora do nosso Sistema Solar, já foram detectados por cientistas, e um novo visitante pode ter sido detectado.
Um novo e misterioso objeto pode estar atravessando o Sistema Solar, vindo de fora dele.
É o que sugerem os dados preliminares sobre o A11pl3Z, detectado no dia 1º de julho por astrônomos do sistema ATLAS, que opera telescópios no Chile, Havaí e África do Sul.
Segundo os cientistas, o corpo possui uma órbita diferente de outros objetos de dentro do sistema solar. Isso indica que ele não estaria preso à gravidade do Sol e pode ser um objeto interestelar, apenas de passagem por nossa “vizinhança”.
Se confirmado, o A11pl3Z será o terceiro objeto interestelar já identificado, ao lado do ʻOumuamua (2017) e do 2I/Borisov (2019).
O objeto foi detectado quando ainda estava se aproximando do interior do Sistema Solar.
Estima-se que tenha entre 10 e 20 quilômetros de diâmetro, viajando a uma velocidade de 60 km por segundo (ou cerca de 245 mil km/h).
Segundo o astrônomo Richard Moissl, chefe da defesa planetária da Agência Espacial Europeia (ESA), o objeto "não está em órbita ao redor do Sol", e deve "voltar ao espaço interestelar" após sua passagem.
A União Astronômica Internacional ainda precisa confirmar sua origem.
O objeto passará próximo à órbita de Marte em outubro e, em dezembro, atingirá seu ponto mais próximo da Terra. Não há risco de colisão, segundo as instituições envolvidas.
A maioria dos corpos do Sistema Solar, como planetas, luas e cometas, está sob a influência do Sol. Mas alguns objetos viajam livres entre uma estrela e outra, vindos de outros sistemas estelares.
É raro detectá-los. O primeiro caso confirmado foi o ʻOumuamua, em 2017. Ele foi detectado por um observatório no Havaí e recebeu o nome que significa "explorador" em havaiano.
Inicialmente classificado como asteroide, ele apresentou acelerações incomuns e pode ter sido um cometa, segundo estudos posteriores.
O segundo visitante foi o cometa 2I/Borisov, identificado em 2019 por um astrônomo amador ucraniano, Gennady Borisov.
Diferente do ʻOumuamua, o Borisov mostrou características típicas de cometas do nosso Sistema Solar, mas sua órbita confirmou a origem interestelar.
Este é o primeiro objeto desse tipo detectado antes de seu ponto de maior aproximação com o Sol.
Isso significa que há tempo para estudá-lo com mais profundidade, utilizando ferramentas modernas como o Telescópio Espacial James Webb e o novo Observatório Vera C. Rubin.
Até o momento, não há indício de anomalia ou risco. O interesse está na raridade da trajetória e na oportunidade científica.
Apesar do entusiasmo, os cientistas destacam que a natureza exata do A11pl3Z ainda precisa ser confirmada.
O objeto pode ser um cometa, um asteroide ou outro tipo de corpo rochoso, tudo dependerá das observações em andamento.
"Existe a expectativa de que o observatório Vera Rubin descubra um objeto interestelar por mês no Sistema Solar. Ele terá capacidade para isso. Mas vamos ver, né? Então, provavelmente, objetos interestelares são muito mais comuns do que imaginamos." Afirmou Sérgio Sacani, editor do Blog Space Today
O Geólogo Sérgio Sacani participou no programa Conversa Paralela, da Brasil Paralelo. Assista a conversa completa com Lara Brenner e Arthur Morrison. Assista a entrevista na íntegra:
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