Em menos de uma hora, o Rio Guadalupe subiu oito metros, devastando grande parte do que encontrava pela frente. Casas flutuavam, carros sumiram sob as águas escuras e vidas foram interrompidas.
No centro da tragédia, o Camp Mystic — um retiro cristão de verão para meninas — virou palco de dor. Das 90 mortes confirmadas até então, 27 eram meninas e monitoras do acampamento. Enquanto a chuva se apresentava de modo devastador, helicópteros cortavam os céus na tentativa desesperada de salvar os que ainda resistiam à enchente.
O rio que corta o Condado de Kerr virou uma torrente devastadora, transformando um curso tranquilo em um fluxo destrutivo em poucos minutos. Árvores, barracas, tendas e estruturas inteiras foram arrastadas.
Helicópteros militares e equipes de resgate trabalharam intensamente, salvando mais de 850 pessoas em 36 horas.
Imagens posteriores revelam a extensão do desastre: prédios danificados, ruas cobertas de lama, carros amontoados e construções desaparecidas. Em Kerrville, uma das cidades mais afetadas, cenas de solidariedade entre sobreviventes refletem a dor coletiva que marcou a região.
O Camp Mystic, fundado há quase cem anos, ficava às margens do Guadalupe e era conhecido como um local seguro de convivência cristã entre meninas. No momento da enchente, dezenas participavam de atividades recreativas. Vinte e sete não sobreviveram.
Hoje, às 15h47, 11 continuam desaparecidas. Um dos prédios do acampamento foi totalmente destruído.
A região é conhecida por seus acampamentos juvenis, especialmente durante o feriado de 4 de julho, o que dificulta o cálculo real do número de desaparecidos.
Ao longo do fim de semana, os resgates continuam com o uso de cavalos, barcos e helicópteros. Em certos pontos, apenas o olfato guiava os voluntários na busca por corpos.
Enquanto a população lida com o luto, crescem as cobranças por respostas.
Segundo o The New York Times, o senador democrata Chuck Schumer pediu uma investigação federal sobre os cortes no Serviço Nacional de Meteorologia, que poderiam ter comprometido alertas essenciais. O senador republicano Ted Cruz, por sua vez, falou em "análise cuidadosa" das falhas para evitar repetições.
O prefeito de Kerrville, Joe Herring Jr., foi direto em entrevista coletiva: “Esta será uma semana difícil. Precisamos de suas orações.”
Desde o primeiro dia, moradores se uniram aos resgates. Robert Modgling, encanador de 55 anos, saiu com vizinhos na manhã de sexta-feira gritando por sobreviventes.
"No início, algumas pessoas foram resgatadas, mas depois disso simplesmente não havia mais ninguém.
Brandon Hamrick, de Center Point, encontrou corpos entre os escombros.
"Queríamos usar os olhos, mas o principal era o cheiro", disse, descrevendo a busca em meio a animais mortos e destroços.
O governador Greg Abbott prometeu continuidade nos trabalhos:
"Não desistiremos desse esforço."
O desastre do Texas acende um alerta não apenas sobre a força da natureza, mas sobre a fragilidade de nossas instituições diante dela. A
Autoridades pedem que voluntários evitem deslocar-se até a região, pois isso atrapalha as equipes de resgate. Doações online são a maneira mais segura de contribuir.
Inundações matam, em média, 113 pessoas por ano nos EUA. No Brasil, Rio Grande do Sul foi afetado por uma tragédia assim.
O desastre no Texas acende um alerta não apenas sobre a força da natureza, mas sobre a fragilidade de nossas instituições diante dela. Tragédias assim ocorrem em diversos países do mundo.
No Brasil, o Rio Grande do Sul viveu entre abril e junho de 2024 um cenário semelhante: inundações devastadoras, colapso de estruturas básicas, mortes em massa e uma população obrigada a resistir com o que tinha — e com quem estava ao seu lado.
As enchentes ocorreram entre abril e maio de 2024 e resultaram em 184 mortes confirmadas, conforme dados atualizados pela Defesa Civil estadual em abril de 2025.
Essas enchentes afetaram 478 municípios gaúchos, impactando diretamente mais de 2 milhões de pessoas e causando prejuízos estimados em R$88,9 bilhões.
Em junho de 2025, novas chuvas intensas voltaram a atingir o estado, resultando em pelo menos cinco mortes confirmadas até o final daquele mês.
Nos Estados Unidos, a chuva levou meninas cristãs. No Brasil, o Rio levou casas, memórias e esperanças. Em ambos os casos, a solidariedade foi fundamental para reduzir os prejuízos.
É esse espírito de luta, solidariedade e fé diante da destruição que O Resgate, documentário da Brasil Paralelo, registra com sensibilidade e coragem.
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