Existem mais de 1,9 bilhão de muçulmanos no mundo, segundo pesquisa da Pew Research Institute. A maioria deles está separada entre dois grandes grupos, conhecidos como xiitas e sunitas.
A divisão começou no ano de 632, após a morte de Maomé. Seus seguidores começaram a disputar quem seria o novo líder da comunidade islâmica, o califa.
Essa disputa criou duas vertentes principais. Uma defendia que a liderança espiritual e política dos muçulmanos deveria ser mantida na linhagem direta de Maomé.
O profeta teve sete filhos, três homens e três mulheres. No entanto, a maioria deles morreu antes do pai. A única que sobreviveu foi Fátima, que se casou com o primo, Ali ibn Abi Talib.
Por esse motivo, Ali apoiado por essa vertente, que recebeu o nome de xiita, algo que pode ser traduzido como "partido de Ali".
Os xiitas são uma minoria global, representando cerca de 10% dos muçulmanos. Eles são maioria em países como Irã, Iraque, Bahrein e Azerbaijão.
Outro grupo defendia que o líder deveria ser escolhido com base na tradição da comunidade e nas práticas de Maomé.
Essa vertente foi chamada de sunita, palavra que pode ser traduzida como “tradição” ou “caminho percorrido”.
A maioria dos muçulmanos, aproximadamente 86% ou 90% de todos no mundo, são sunitas.
As distinções entre sunitas e xiitas não se limitam apenas à questão da sucessão ou a fatos históricos.
Atualmente existem diferenças importantes em questões como doutrina, rituais, leis e teologia.
Para os xiitas, as mortes de Ali (que foi assassinado) e de seu filho Hussein (morto na Batalha de Karbala), são eventos centrais e muito trágicos em sua fé.
Isso leva a rituais de luto, como a Ashura, uma cerimônia anual em que muitos xiitas praticam a autoflagelação para reviver o sofrimento de Hussein. Essa prática não é seguida pelos sunitas.
Os xiitas também veneram os Imames, sucessores espirituais e descendentes de Maomé através de Ali.
Eles os consideram líderes espirituais infalíveis. Já os sunitas veem essa veneração como uma forma de idolatria e heresia.
Há também diferenças na organização religiosa e na forma de interpretar a lei islâmica.
Sunitas tendem a seguir um sistema jurídico mais codificado, com menos espaço para interpretações individuais.
Xiitas, por sua vez, possuem uma hierarquia de clérigos (como os aiatolás e mulás) que praticam interpretações independentes e constantemente atualizadas dos textos sagrados, o que chamam de ijtihad.
No linguajar popular brasileiro o termo xiita muitas vezes é usado para falar sobre uma postura extremista.
Isso acontece principalmente por causa da Revolução Iraniana de 1979, quando lideranças religiosas xiitas assumiram o controle do país.
Antes disso o Irã era governado por uma monarquia alinhada aos EUA, que buscava modernizar e ocidentalizar o país.
Na época o Xá chegou a proíbir que as mulheres usassem véus para cobrir seus cabelos em público, como manda a lei islâmica.
Quando aconteceu a revolução aconteceu em 1979, o mundo assistiu a essa realidade mudar radicalmente, criando a imagem de que os xiitas seriam mais extremistas do que outros segmentos.
No entanto, algumas linhas do sunismo podem ser mais radicais. Um dos segmentos mais ortodoxas do islã se chama wahabismo Essa interpretação sunita é oficialmente seguida pelo reino da Arábia Saudita, uma das nações mais fechadas do mundo muçulmano.
Além disso, uma série de grupos terroristas, como o Estado Islâmico, Talibã e a Al-Qaeda também seguiam o islã sunita.
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