Geraldo Alckmin se reuniu com empresários de setores estratégicos da indústria brasileira para discutir as tarifas de 50% anunciadas por Trump.
Durante o encontro em Brasília, os empresários defenderam que o governo busque adiar em ao menos 90 dias o prazo para as taxas passarem a valer.
Trump anunciou que a medida passará a valer no dia 1º de agosto, prazo considerado apertado demais para os empresários brasileiros.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) já havia defendido que o governo brasileiro buscasse o novo prazo em um comunicado:
“Esse prazo [90 dias] é considerado essencial para que a indústria brasileira possa analisar de forma mais aprofundada os efeitos da medida, além de buscar soluções diplomáticas para evitar perdas mais amplas.”
O diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel, ressaltou que a extensão no prazo é importante “para que haja tempo de negociar”.
Os empresários também destacaram que o governo brasileiro precisa levar a situação com bastante cautela e buscar resolver tudo de maneira diplomática.
Durante o encontro, Alckmin ressaltou que os empresários terão um papel importante na negociação para adiar a tarifa.
No entanto, ele também afirmou que o governo está tentando resolver a questão antes do dia 31 de julho:
“O governo vai trabalhar para tentar resolver e avançar nesse trabalho nos próximos dias”, disse, à tarde.”
Ao longo da semana, o vice-presidente terá uma agenda de reuniões com mais representantes dos principais setores impactados.
Hoje (16) ele participará de uma reunião com a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham) e outros empresários.
Alckmin também destacou que já se reuniu com o encarregado de negócios da embaixada americana no Brasil, Gabriel Escobar, e que tem mantido contato com as autoridades americanas no Brasil.
“E temos mantido um contato importante com o secretário Howard Lutnick e com o embaixador Jamieson Greer, do Escritório do Representante Comercial dos EUA”.
Enquanto Alckmin estava no evento, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, participou de uma reunião com empresários paulistas e Gabriel Escobar.
Segundo uma fonte do jornal Metrópoles, o encarregado americano falou na possibilidade de negociar uma saída para a questão:
“O encarregado fez uma uma fala até para dar uma tranquilizada, dizendo que o governo americano está sensível a essas questões. Valorizou a relação histórica dos dois países e sinalizou que acha que haverá uma negociação”
O ex-presidente da Fiesp, Paulo Skaf, foi um dos articuladores do evento. Em uma nota emitida por sua assessoria de imprensa, ele também pediu que o governo aja de forma cautelosa e diplomática:
“Durante o encontro, foi destacado que todos os esforços devem ser feitos no campo diplomático para superar os impactos das novas tarifas anunciadas pelo governo norte-americano. O momento exige maturidade, firmeza e cooperação: é fundamental que se esgotem todas as medidas de negociação e que o diálogo prevaleça, sempre com base nos interesses da economia real e da competitividade da indústria brasileira”
Os empresários brasileiros não são os únicos que se mostraram preocupados com a situação.
No mesmo dia, a U.S. Chamber of Commerce e a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) divulgaram uma nota para a imprensa dos Estados Unidos.
O documento pediu que Trump e Lula busquem se reconciliar e destacou os impactos negativos para a economia americana:
“A imposição dessa medida como resposta a questões políticas mais amplas tem o potencial de causar danos graves a uma das relações econômicas mais importantes dos Estados Unidos, além de estabelecer um precedente preocupante”.
Além disso, as entidades destacaram a importância dos produtos brasileiros para as empresas americanas:
“Mais de 6.500 pequenas empresas nos Estados Unidos dependem de produtos importados do Brasil, enquanto 3.900 empresas norte-americanas têm investimentos naquele país.”
Outro ponto destacado é a importância do Brasil como destino para as exportações americanas:
“O Brasil está entre os dez principais mercados para exportações dos Estados Unidos e é destino, a cada ano, de cerca de US$ 60 bilhões em bens e serviços norte-americanos”
Por fim, os dois órgãos se colocaram à disposição para ajudar na busca por uma solução para a tensão entre os dois países:
“A U.S. Chamber e a Amcham Brasil seguem à disposição para apoiar iniciativas que favoreçam uma solução negociada, pragmática e construtiva – que evite a escalada da atual situação e garanta a continuidade de um comércio bilateral mutuamente vantajoso.”
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