Um trabalhador brasileiro recebe o salário no início do mês, paga algumas contas, mas, poucos dias depois, já se vê sem dinheiro.
Essa cena, comum para milhões de pessoas, agora tem fundamento em dados Segundo pesquisa da Serasa Experian, 5 em cada 10 trabalhadores não conseguem manter o salário até o fim do mês.
Segundo o levantamento, 54% dos profissionais com carteira assinada ou que atuam como Pessoa Jurídica (PJ) ficam sem dinheiro antes da virada do mês.
Apesar do número elevado, houve melhora em relação a 2024, quando o problema atingia 62%. Hoje, 46% dos trabalhadores conseguem segurar a renda até o fim, 8 pontos percentuais a mais que no ano anterior.
O estudo também revelou que apenas 2 em cada 10 entrevistados dizem ter total controle sobre suas finanças.
Entre os que relatam mais dificuldade, predominam a Geração Z, trabalhadores PJ, profissionais de empresas menores e integrantes da Classe C, que recebem entre 2 e 8 mil reais.
A falta de planejamento compromete inclusive a formação de uma reserva de emergência. Em caso de gasto inesperado de R$10 mil, apenas 1 em cada 4 conseguiria cobrir a despesa.
A instabilidade financeira afeta diretamente a vida pessoal. Entre os entrevistados, 66% afirmam viver problemas financeiros nos últimos cinco anos. Só no último ano, 33% ficaram negativados.
A pressão das dívidas traz consequências:
“O custo de vida continua superior à renda para muitos. É necessário ampliar o acesso ao crédito de forma adequada e incentivar práticas de planejamento financeiro”, afirma Délber Lage, CEO da SalaryFits.
Entre os que não conseguem fechar as contas, 49% recorrem a renda extra. Alguns buscam trabalhos como freelancers, outros utilizam o apoio da família.
Mas a maior parte recorre ao crédito, cartão, cheque especial e empréstimos.
Ainda assim, 5% dos entrevistados disseram não ter nem salário suficiente, nem alternativas de renda, ficando mais expostos ao risco de inadimplência.
O salário do trabalhador brasileiro é consumido principalmente por despesas básicas: alimentação, contas de luz, água e gás. Depois vêm financiamentos, empréstimos, consumo e educação.
A divisão por geração mostra diferenças no uso da renda extra:
Para Evelyn Machry, sócia da Genial Investimentos, um dos motivos que agrava essa situação é a falta de planejamento financeiro.
“Na minha opinião, falta planejamento financeiro, preocupação com o futuro e, é claro, falta de educação financeira. E junta tudo isso com juros altíssimos e as dívidas se tornam impagáveis”.
A pesquisa ouviu 1.029 trabalhadores entre maio e junho de 2025, de empresas públicas e privadas, nos regimes CLT e PJ.
A amostra contempla todas as regiões do país, com média de idade de 41 anos e respondentes entre 22 e 60 anos.
O levantamento indica que, mesmo com melhora em relação a 2024, a instabilidade financeira ainda atinge grande parte dos trabalhadores.
Para muitos, chegar ao fim do mês depende de estratégias adicionais de renda ou de crédito, diante de salários limitados e despesas fixas crescentes.
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