O acordo surgiu após anos de pressão internacional
Os Estados Unidos, a União Europeia, a Igreja Católica e organizações de direitos humanos vinham cobrando a soltura de manifestantes detidos em protestos contra o governo cubano em 2021.
De acordo com o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, as libertações estão de acordo com o espírito do Jubileu promulgado pelo papa em 2025.
"Como parte das relações estreitas e fluidas com o Estado do Vaticano, informei ao Papa Francisco, no espírito do Jubileu 2025, a decisão de libertar os prisioneiros".
O ex-presidente americano Joe Biden havia removido Cuba da lista dos Estados patrocinadores do terrorismo, em troca da libertação antecipada de centenas de prisioneiros.
Após ser eleito, Donald Trump reverteu a decisão de Biden, anulando o pacto. Apesar disso, Cuba manteve a liberação gradual de prisioneiros.
Segundo o Padre José Ferreira Filho, da arquidiocese de São Paulo, há quem veja continuidade do processo como um gesto político interno, enquanto outros apontam a influência da mediação religiosa como fator determinante.
Em fevereiro, o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, destacou o andamento das solturas como "um sinal de grande esperança" para o início do ano jubilar, acrescentando que espera "novos gestos de clemência" por parte das autoridades cubanas.
- Um ano jubilar na Igreja Católica é um período especial de celebração e renovação espiritual, proclamado pelo Papa. É marcado por indulgências, peregrinações e ênfases em reconciliação e caridade, ocorrendo geralmente a cada 25 anos ou em eventos extraordinários.
Embora os nomes dos libertados não tenham sido oficialmente divulgados, Maricela Soza Ravelo, vice-presidente do Tribunal Supremo Popular de Cuba, afirmou em rede estatal, na semana passada, que o processo de soltura foi concluído.
Segundo o Padre José Filho, a ausência de uma lista detalhada levanta questionamentos sobre a transparência da medida, mas o governo cubano sustenta que os procedimentos seguiram a legislação vigente.
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