Em 17 julho de 1794, nos últimos dias do chamado Reino do Terror, 16 freiras carmelitas foram executadas na guilhotina por se manterem fiéis à sua vida religiosa.
As religiosas pertenciam ao mosteiro carmelita da cidade de Compiègne, no norte da França. Viviam em clausura e se dedicavam à oração.
Quando o novo regime revolucionário passou a considerar a vida religiosa uma ameaça à ordem pública, as freiras foram obrigadas a abandonar o hábito e jurar fidelidade ao governo. Elas se recusaram.
Foram presas, julgadas e condenadas por “fanatismo religioso” uma das acusações mais comuns usadas pelos tribunais revolucionários contra padres, freiras e fiéis.
A praça estava lotada. No entanto, ao contrário de outros condenados, as freiras subiram uma a uma os degraus do cadafalso. Cantavam hinos religiosos e renovavam seus votos de consagração.
A última a ser executada foi a superiora, Madre Teresa de Santo Agostinho. Ela pediu que todas morressem em ordem hierárquica e encorajou cada irmã antes da morte. A multidão assistiu em silêncio.
Pouco depois da execução, o governo jacobino começou a ruir. Robespierre seria preso e morto em menos de duas semanas. O terror chegaria ao fim.
Mais de dois séculos depois, a Igreja Católica reconheceu oficialmente o martírio das carmelitas. Em 2023, o papa Francisco autorizou a canonização das 16 religiosas, reconhecendo que foram mortas “por ódio à fé” durante a Revolução Francesa.
A canonização foi feita por meio de decreto, uma prática conhecida como canonização equipolente, que dispensa cerimônia pública. O culto às mártires, antes limitado à França, passou a ser permitido em toda a Igreja.
O caso das carmelitas de Compiègne tornou-se símbolo do embate entre fé e totalitarismo. Em um momento em que o Estado tentava abolir a religião da vida pública, elas se mantiveram fiéis à sua consciência e à sua liberdade interior.
A história inspirou livros, peças e filmes. A mais conhecida das adaptações é Diálogo das Carmelitas, de Georges Bernanos, que dramatiza os conflitos espirituais vividos pelas freiras nos dias que antecederam a morte.
Em tempos de perseguição religiosa, a memória das carmelitas permanece atual. Elas não foram presas por atos violentos ou por descumprirem leis civis, mas por escolherem servir a Deus acima do estado.
Sua história é um lembrete de que a liberdade religiosa é uma conquista frágil e de que há casos em que a fidelidade silenciosa fala mais alto que qualquer protesto.
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