A Justiça de São Paulo aceitou a denúncia do Ministério Público contra o prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, por suspeita de superfaturamento na compra de lousas digitais.

Também se tornaram réus o ex-secretário de Educação, Márcio Carrara, e a empresa fornecedora dos equipamentos, a Educateca.

A investigação aponta que, em 2021, a prefeitura firmou contrato para a aquisição de 1.188 lousas digitais ao valor de R$26.062 por unidade.

• A Promotoria comparou esse valor com o de uma compra semelhante feita pela Prefeitura de Indaiatuba (SP), que adquiriu equipamentos da mesma marca por R$16.700 cada.

A diferença geraria um sobrepreço de mais de R$11 milhões. O contrato totalizou R$46,9 milhões, sendo que R$44 milhões já foram pagos.

Em dezembro de 2024, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) emitiu um parecer técnico apontando “potencial incompatibilidade do preço praticado com o mercado”. Segundo o documento, o valor pago por Sorocaba foi 56% superior ao de Indaiatuba.

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O Ministério Público também solicitou o bloqueio de bens dos envolvidos e o afastamento de Márcio Carrara do cargo que ocupa atualmente na Secretaria de Relações Institucionais e Metropolitanas.

Os pedidos foram negados pelo juiz Alexandre de Mello Guerra, que entendeu que ainda não há indícios suficientes de prejuízo ao processo ou risco de danos ao patrimônio público.

Ele deixou aberta a possibilidade de reavaliar a medida caso surjam novos elementos.

A Prefeitura de Sorocaba afirmou que ainda não foi oficialmente intimada, mas reiterou que todas as contratações seguiram os trâmites legais.

A empresa Educateca também declarou não ter sido notificada e disse que os contratos estão em conformidade com a legislação vigente.

Além desse caso, Rodrigo Manga é investigado em outros dois processos por suspeita de improbidade administrativa. Um envolve a licitação de semáforos, e outro trata da compra de kits de robótica avaliados em mais de R$20 milhões.

Em abril de 2025, o prefeito foi alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga possíveis irregularidades em um contrato com uma Organização Social responsável por serviços de saúde na cidade.

Manga nega qualquer irregularidade e afirma estar colaborando com as autoridades.

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