Dia 23 de abril é feriado no estado do Rio de Janeiro, uma data marcada pela fervorosa devoção a São Jorge, co-padroeiro fluminense.
A data foi oficializada como feriado estadual em 2008, coroando uma tradição já enraizada na cultura carioca.
Em 2019, uma lei sancionada pelo então governador, Wilson Witzel, consagrou São Jorge como co-padroeiro do Estado do Rio de Janeiro, ao lado de São Sebastião.
Este ano, os cariocas terão um feriado prolongado de seis dias, começando na Sexta-feira Santa (18 de abril) e terminando no Dia de São Jorge (23 de abril).
Embora cercado de lendas, como a famosa batalha contra o dragão na Líbia, São Jorge tem raízes históricas.
Um dos principais indícios de que o santo tenha existido de fato é a um texto do ano 368 D.C. que menciona a “casa ou igreja dos santos e triunfantes mártires, Jorge e companheiros”.
Há duas versões sobre a história real do santo. Ambas afirmam que ele foi martirizado pouco tempo depois do imperador Diocleciano ter instaurado um decreto que perseguia os cristãos em 303 D.C.
Uma das versões conta que São Jorge teria sido um tribuno da guarda Romana que deu seus bens aos pobres e confrontou o imperador sobre a decisão, rasgando o decreto.
A segunda versão afirma que ele teria sido um dos 72 nobres convocados pelo imperador para uma reunião sobre a perseguição aos cristãos.
Durante o evento, ele teria falado sobre sua fé e se recusado a prestar culto aos deuses pagãos de Roma. Por esse motivo ele teria sido preso e torturado por 6 anos até morrer.
“Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge
Para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem,
Tendo mãos não me peguem,
Tendo olhos não me vejam,
E nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão,
Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar,
Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.
Jesus Cristo, Me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça,
Virgem de Nazaré, me cubra com o seu manto sagrado e divino,
Protegendo-me em todas as minhas dores e aflições,
E Deus, com sua divina misericórdia e grande poder,
Seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus,
Estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas,
Defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza,
E que debaixo das patas de seu fiel ginete
Meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós.
Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
São Jorge Rogai por Nós.
Amém.”
Na umbanda, que mistura símbolos das religiões africanas e do cristianismo, São Jorge é utilizado para representar a entidade chamada Ogum.
Essa ligação se dá por características comuns: a imagem do guerreiro, a batalha, a espada e a coragem.
Ogum, na mitologia Iorubá, é um orixá (entidade) de temperamento forte, ligado à guerra e à justiça, considerado o soldado e patrono dos exércitos na Umbanda.
A cor de Ogum na umbanda é o vermelho e branco, enquanto no candomblé é o azul escuro. Como oferendas, podem ser oferecidos inhame e feijão preto ao orixá.
As religiões de matriz africana costumam representar as entidades com imagens cristãs, porque os escravizados eram proibidos de cultuar deuses pagãos quando chegavam no Brasil.
Neste dia, uma multidão estimada em 1,5 milhão de fiéis toma as ruas em diversas celebrações.
Todos os anos acontece uma cerimônia especial na igreja de Quintino, que costuma ser seguida por milhares.
Dentro da igreja lotada, missas são celebradas ao longo de todo o dia. Este ano, a paróquia ficará aberta até meia-noite.
Além das celebrações católicas, grupos ligados a religiões africanas também festejam o santo. As celebrações incluem feijoada e rodas de samba.
As celebrações em homenagem ao santo fazem parte da cultura do Rio de Janeiro. A cidade é um dos cartões postais mais conhecidos do Brasil.
Apesar de ser um cenário paradisíaco, a capital carioca passa por uma crise de segurança.
Diversas facções controlam territórios e disputam para aumentar seu poder enquanto a população vive refém de um cenário de guerra.
A Brasil Paralelo investigou como a cidade maravilhosa foi tomada pelo crime e o que pode ser feito para impedir que o mesmo se espalhe para outras cidades com o documentário Rio de Janeiro: Paraíso em Chamas. Assista completo abaixo:
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