Jordan Peterson falou sobre as comparações entre cristianismo e marxismo, respondendo se uma pessoa pode seguir os dois ao mesmo tempo.
Para ele, isso seria impossível, já que são visões de mundo diferentes e até mesmo opostas.
O primeiro ponto que o psicólogo levantou foi a forma como o marxismo entende a história, colocando a luta de classes como a principal força.
Para essa filosofia, o “motor da história” seria o conflito inevitável entre “oprimidos” e “opressores”, como na relação entre proletariado e burguesia.
A identidade individual é vista como secundária à identidade de grupo, e a responsabilidade social é entendida como coletiva, não pessoal:
"Marx era um teórico da classe social e acreditava que o principal motivador da história humana, o principal motor da história humana, era algo como os ricos versus os pobres, a burguesia versus o proletariado, e que isso era uma consequência da sua criação social e que a sua identidade de grupo era primordial.
Essa visão se choca com os pilares do cristianismo. Na tradição cristã, o indivíduo é fundamentalmente uma entidade única, criada por Deus e responsável perante Ele.
Jordan Peterson explica que no cristianismo não existe a ideia de "culpa coletiva" ou "culpa de grupo", a culpa ou inocência é estritamente individual, uma questão entre a pessoa e Deus:
"Na cosmovisão cristã você é fundamentalmente um indivíduo. Sua natureza é fundamentalmente atribuível a você por Deus. Você é fundamentalmente responsável perante Deus e a própria história é algo como o desenrolar de seu relacionamento com o transcendente. Então essas coisas não são nem mesmo, não são as mesmas. Elas não são comensuráveis. Você não pode acreditar em ambas ao mesmo tempo."
Também afirma que na tradição cristã não há culpa coletiva e usa exemplos da história para demonstrar sua tese:
"Na tradição judaico-cristã, não há culpa coletiva, a responsabilidade é sua e não uma consequência da sua herança racial, etnia, gênero, nenhuma dessas coisas. É entre você e Deus... Não é como se seu pai era dono de uma fábrica e então era perfeitamente razoável durante a Revolução Russa, e o Terror Vermelho, te eliminar junto com toda a sua família, e acabar com você, porque você tinha sido irremediavelmente contaminado pelo seu passado burguês.”
O autor concluiu explicando que as duas visões de mundo são completamente diferentes e opostas:
“E então esse é outro lugar onde o Marxismo e o Judaico-Cristianismo são, eles não são apenas diferentes, eles são opostos. Sabe, não são apenas a variante um e a variante dois. Essas são ideias seriamente diferentes. E então, aqui está outra razão pela qual você não pode ser marxista e cristão."
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