Um vídeo que mostra uma cerimônia do 9º Batalhão de Ações Especiais da PM (Baep) de São José do Rio Preto (SP) causou polêmica nas redes sociais.
A gravação mostra os policiais militares cercados de tochas entre a sigla do BAEP e uma cruz de madeira em chamas.
Os agentes também levantaram o braço para fazer juramentos em frente a um escudo da unidade.
Apesar de ter sido excluído minutos depois, o vídeo se espalhou e rendeu acusações contra a corporação.
O deputado Guilherme Boulos, por exemplo, chegou a fazer uma postagem afirmando que os policiais estariam fazendo saudações nazistas e imitando símbolos da Ku Klux Klan (KKK):
Apesar de narrativas afirmarem que se tratava de um evento racista, a verdade é bem menos sinistra.
O capitão Alexandre Antunes, que atua no Baep de Campinas, contou em uma entrevista exclusiva da Brasil Paralelo que se tratava de uma “cerimônia de conclusão de um estágio operacional”:
“Toda vez que tem algum término de curso tem um ‘batismo’. Eles passam por uma prova difícil e finalmente pegam o símbolo de que fazem parte do grupo. No batalhamento tático normalmente usam o braçal… Isso é típico de tropas militares desde que o mundo é mundo.”
O policial comenta que cerimônias do tipo são apenas a última etapa, onde os agentes finalmente integram a unidade:
"O agente ali passou por um monte de exercício físico, um monte de pressão psicológica e este é o final."
Ele afirma que o caminho com fogo e as letras "Baep" em chamas como parte do cenário servem apenas para questões estéticas:
"O objetivo é simplesmente criar um clima de mistério que reflita a dificuldade e a superação. Basicamente deixar bonito para quem está concluindo o estágio."
Sobre o elemento mais polêmico, a cruz pegando fogo, o capitão disse que não é algo usado normalmente pela corporação e não representa um símbolo racista:
"Não é comum o uso da cruz, isso provavelmente foi a ideia de algum policial cristão. Tenho certeza de que não se trata de racismo."
O capitão afirmou que os agentes possivelmente não sabiam da ligação do símbolo com a KKK e destacou que a formação racial da corporação:
“Eu sinceramente acho que eles não sabiam que a cruz queimando tem ligação com o clã. Além disso, a maioria da tropa é formada por pretos e pardos, não tem nem como falar de racismo aqui dentro.”
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