O Movimento de Resistência Islâmica, conhecido pelo seu acrônimo Hamas, é uma organização nacionalista palestina e declaradamente islâmica criada em 1987, durante a primeira intifada, ou levante palestino.
A Intifada foi o movimento de resistência de alguns habitantes da Faixa de Gaza para não ficar sob controle israelense. O movimento ocorreu após o Egito não reconhecer Gaza como seu território, levando a possibilidade de Israel controlar a região.
Nesse período surge o Hamas, resultado de disputas prolongadas entre Israel e Palestina.
Para entender o que pensa o Hamas e a situação da Guerra em Israel, a Brasil Paralelo entrevistou o filho de um dos fundadores do grupo, Mosab Hassan Youssef, e foi até a Israel e a Palestina realizar uma investigação inédita sobre o assunto.
Em sua história na faixa de Gaza, o Hamas conquistou votos para alcançar a maioria dos assentos no poder legislativo da Palestina. Além do apoio popular, o Hamas é financiado por aliados bilionários que serão analisados neste artigo.
O Hamas é considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos e pela União Europeia, contudo, Rússia e China não o classificam assim. O Brasil segue a segunda linha e não compreende o Hamas como um grupo terrorista.
Em seu site oficial, o grupo palestino Hamas se define como:
"O movimento de resistência islâmica para libertar a Palestina por todos os meios possíveis (tradução livre)".
O nome Hamas é um acrônimo para “Harakat Al-Muqawama Al-Islamiyya”, que significa "movimento de resistência islâmica". O grupo está sediado na Faixa de Gaza e exerce controle político e militar na região.
O Hamas alega que os judeus tomaram a terra dos árabes para formar o Estado de Israel. Para retomar a terra que eles afirmam ser deles, todos os meios devem ser utilizados. O Estatuto da organização deixa explícito que o objetivo final é a destruição de Israel.
Para atingir seu fim, atentados terroristas são realizados com frequência contra israelenses.
Como surgiu o Hamas?
As origens do Hamas remontam à década de 1920, ligado ao grupo Irmandade Muçulmana (IM), do Egito. O objetivo declarado da IM era viver o Islã da forma mais pura e firme possível.
Eles consideravam que a sociedade estava se secularizando, buscando incentivar a religiosidade islâmica.
A Irmandade chegou à Palestina por meio de Hassan Yussif, e passou a desenvolver atividades sociais, investindo na construção de escolas e hospitais no território.
Quando Israel ocupou a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, a Irmandade teve permissão para construir mesquitas e continuar atuando na região. A atenção militar de Israel estava voltada para grupos militares, como a OLP (Organização para a Libertação da Palestina).
As organizações palestinas, até então, defendiam a criação de um Estado laico com tendências ao assistencialismo social na região.
Em 1987, um episódio mudaria a estrutura da Irmandade Muçulmana e da região: a Primeira Intifada. Muitos habitantes de Gaza se uniram para contestar a ocupação israelense.
Membros radicais da Irmandade Muçulmana começaram a se organizar politicamente em um movimento nacionalista, religioso e terrorista. Desse grupo surgiu o Hamas, o Movimento de Resistência Islâmica.
O Hamas participou ativamente do movimento, realizando ataques com facas e armas de fogo contra civis e militares israelenses.
"Sou filho de Sheikh Hassan Yousef, um dos fundadores do Hamas. Eu cresci ao redor da liderança, bem perto das decisões tomadas e testemunhei sua evolução.
[...] Eu estaria mentido se eu dissesse que eu conheço meu pai completamente. Acredito que nem ele mesmo sabe quem é, mas insiste em assumir uma persona, uma identidade religiosa que ele foi condicionado desde os primeiros anos de sua vida.
Mosab afirmou que os membros do Hamas doutrinam as crianças a odiar os não muçulmanos:
[...] Nós crescemos aprendendo que a Terra Santa é a Palestina, sobre a existência de um país chamado Palestina. Além disso, a doutrinação islâmica que passamos nos dizia que Jerusalém e a terra ao redor pertencem ao Islã, afirmando que os muçulmanos nunca deveriam entregá-la a não-muçulmanos.
Crescemos com a crenças de que devemos lutar para emancipar a terra até a Mesquita Al-Aqsa até expulsarmos completamente o povo judeu".
O Hamas alega que os judeus tomaram a terra dos árabes para formar o Estado de Israel. Para retomar a terra que eles afirmam ser deles, todos os meios devem ser utilizados. O Estatuto da organização deixa explícito que o objetivo final é a destruição de Israel.
Logo no início do Estatuto do Hamas diz:
“Israel existirá e continuará existindo até que o Islã o faça desaparecer, como fez desaparecer a todos aqueles que existiram anteriormente a ele. (segundo palavras do mártir, Iman Hasan al-Banna, com a graça de Alá).”