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Política
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Como está a guerra entre Rússia e Ucrânia? Qual lado está vencendo?

Em 2022, Putin ordenou os primeiros ataques ao país vizinho. Acompanhe uma análise atual de como está a guerra entre Rússia e Ucrânia e quem está vencendo

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
5/11/2025 15:18
Getty Images

A Ucrânia foi pega de surpresa pela agressão das forças armadas russas no dia 24 de fevereiro de 2022. A guerra que já dura mais de três anos se encontra estagnada, com poucos avanços significativos após 2022. 

A ação também acontece no campo diplomático, com a Ucrânia buscando apoio para resistir ao ímpeto russo. Contudo, atritos entre o presidente Zelensky e o recém-eleito Donald Trump colocaram dúvidas sobre a postura dos EUA no conflito.

O embate ainda traz mais peso ao ser entre um gigante do mercado agricultor (Ucrânia) e outro do mercado petrolífero (Rússia). Isso fez com que o conflito também tivesse sérias consequências econômicas, não apenas para ambos, mas para vários outros países.

Veja a partir de agora como está a guerra entre Rússia e Ucrânia e qual lado está vencendo.

O que você vai encontrar neste artigo?

Avanços territoriais: quem avançou mais na linha de frente?

Em 2025, a guerra mostrou ganhos locais, dentro da pressão contínua e o desgaste, sem uma ofensiva que revertesse de modo estratégico toda a linha de frente.  

Houve avanços táticos de ambos os lados em determinados setores, mas a linha de frente geral permaneceu pulverizada e contestada. Por isso, nenhum dos dois lados pode ser tratado como vencedor nesse contexto.

As principais ações foram: 

Fronte Norte (Kursk)

No início do ano, o Exército Ucraniano acionou suas forças e marchou sobre Kursk, invadindo território russo pela primeira vez desde o início do conflito. As forças ucranianas penetraram 2,5 km além da fronteira, de acordo com o presidente.  

Em fevereiro, um oficial russo afirmou que 64% dos ganhos ucranianos foram retomados. 

Fronte Leste (Pokrovsky)

Segundo o ISW (Instituto para Estudo da Guerra), em meados de março e abril de 2025, as forças russas intensificaram as operações na direção de Pokrovsky. Entretanto, em abril o ritmo começou a cair devido aos ganhos serem limitados e custosos

Contra-ataques ucranianos nessa direção ajudaram a reduzir ou pelo menos desacelerar os avanços. A Ucrânia registrou avanços localizados nessa direção. Tais ações ajudaram a estabilizar trechos da linha de frente.

Quem avançou mais em 2025?

O Institute for the Study of War (ISW) afirma que, desde março de 2025, a Rússia alegou ter capturado 3.500 km² e 149 assentamentos. O ISW estima que o valor real seja cerca de 2.346 km² e 130 assentamentos.

Os números sugerem que desde outubro de 2022, a linha de frente se mostra praticamente estática. Em nenhum outro momento houve um grande ataque surpresa como a invasão inicial russa que chegou a tomar 70 mil km². 

Também não aconteceu nenhuma outra contra-ofensiva ucraniana como as do norte de Kyiv, Kharkiv e Kherson que, juntas, recuperaram cerca de 53 mil km²

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Operação Teia de Aranha

É importante citar a Operação Teia de Aranha. A operação ocorreu em 1º de junho de 2025, quando a Ucrânia atacou quatro bases aéreas russas em diferentes regiões do país.

117 drones, cada um com piloto dedicado, foram infiltrados em território russo. Os alvos principais eram aviões bombardeiros de longo alcance (como o Tu‑95MS, Tu‑22M3) e aeronaves de comando de aviação (como o A‑50).

O dano estimado foi de mais de 7 bilhões de dólares em equipamentos russos, segundo declarações ucranianas. A Ucrânia afirma que 41 aeronaves foram “atingidas” e 34% da frota de aeronaves-carregadoras de mísseis estratégicos foi danificada ou destruída.

Qual lado sofreu mais baixas?

Estima-se mais de 790.000 mortos ou feridos até abril/maio de 2025 do lado do exército russo e cerca de 400.000 mortos ou feridos até janeiro/fevereiro de 2025 do lado ucraniano. 

As mortes entre civis alcançam 14.116 de ucranianos e 652 russos.

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Avanços diplomáticos e episódios-chave 

Com a eleição de Donald Trump, a relação entre Ucrânia e EUA ficou mais tensa. O Republicano chegou a declarar que o presidente Zelensky era um “ditador sem eleições”

Um episódio que marcou 2025 foi a reunião na Casa Branca em que Zelensky entrou em conflito aberto contra Trump e o vice-presidente JD Vance. Leia uma transcrição do diálogo entre eles: 

Trump e Vance discutem com Zelensky na Casa Branca [Legendado]

Mudança de postura de Trump

Em março de 2025, a Ucrânia aceitou uma proposta de trégua de 30 dias liderada pelos EUA. A Rússia concordou com uma suspensão de ataques à infraestrutura de energia. No entanto, ela descumpriu o acordo. 

Oficiais ucranianos declararam que as forças russas realizaram oito ataques a instalações de energia ucranianas durante uma semana desde 18 de março, quando Putin afirmou ter ordenado a suspensão dos ataques a essas infraestruturas.

Desde então, a relação entre Trump e Putin piorou. Em 26 de abril de 2025, Zelensky e Trump se encontraram brevemente no Vaticano, ao lado do funeral do Papa Francisco, na Basílica de São Pedro.

De acordo com Zelensky, esse encontro foi altamente produtivo e serviu como marco para acelerar ou finalizar o acordo de minerais com os EUA. 

Segundo o governo ucraniano, esse acordo foi apresentado como “verdadeiramente igual”. A Ucrânia não ficaria em posição inferior, não haveria obrigação de reembolsar a assistência americana no passado e a “propriedade estatal dos recursos permanece com a Ucrânia”.

O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou em 29 de julho que países que continuassem comprando petróleo russo poderiam enfrentar tarifas de até 100% nos produtos importados dos EUA. 

Segundo a Reuters de 27 de setembro, a Ucrânia declarou que preparou uma lista de cerca de 90 bilhões de dólares em compras de armas americanas, e que estava em discussão um acordo no qual os EUA comprariam drones ucranianos.

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Acordos com a União Europeia

Conforme o ISW, a Europa já forneceu ajuda de ordem bilionária à Ucrânia. Estima-se que 166 bilhões de dólares já foram doados em finanças e armamento e prometeu mais 34,7 até 2030.

Na cúpula da NATO em Haia, em 24 e 25 de junho, os aliados concordaram em elevar o objetivo de gasto anual de defesa de 2% para 5 % do PIB até 2035. 

O texto da Declaração da Haia inclui que os gastos dos aliados “diretamente contribuindo para a defesa da Ucrânia e sua indústria de defesa” poderão ser contados como parte desse gasto de defesa da aliança.

Armamentos fornecidos por aliados

A Ucrânia permanece recebendo armas de diversos aliados que têm feito a diferença na linha de frente. Entre elas estão: 

Impactos econômicos da guerra

A Rússia é um enorme banco de gás natural e combustíveis fósseis. Ela alimentou as reservas energéticas da europa durante mais de cinquenta anos

Já a Ucrânia é um dos maiores exportadores de grãos do mundo, representando 10% do mercado global de trigo, 16% das exportações de milho e metade do comércio total de óleo de girassol no mundo inteiro. 

Com esses dois fornecedores tendo que parar suas atividades devido aos conflitos, a Europa e o mundo passaram por fortes impactos econômicos, principalmente no início da guerra. Veja os efeitos que a guerra na Ucrânia provocou no mundo

Retirada da Rússia do SWIFT

Em 2022, como resposta imediata à invasão em larga escala da Ucrânia, o Ocidente desconectou vários grandes bancos russos do sistema de mensagens interbancárias SWIFT.  

Em 2025 a União Europeia ampliou e endureceu as restrições: além de desconectar entidades do SWIFT, passou a proibir certas transações com bancos russos e ampliou o alcance para provedores financeiros e de cripto que facilitem contornos.

O objetivo é secar receitas do Kremlin para enfraquecer capacidade de importação de tecnologia militar e dificultar o uso do sistema financeiro global. Assim, seria mais difícil para a Rússia financiar operações de guerra. 

Relatórios do Reino Unido apontaram que cerca de 285 a 450 bilhões de dólares (entre R$1,5 trilhões e 2,4 trilhões) em reservas foram restringidos ou congelados desde 2022. 

Em resposta, a Rússia criou seu próprio SWIFT: o SPFS e o sistema de cartões MIR. Apesar de limitadas, tais soluções permitiram intensificar fluxos comerciais com China, Índia e Irã. Esses países têm ajudado a Rússia a driblar parte das sanções. 

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Criação da Iniciativa de Grãos do Mar Negro

Em 2022 foi criado o Black Sea Grain Initiative (mediado pela ONU/Turquia) para permitir saídas seguras de cereais ucranianos pelos portos do Mar Negro. Segundo a UE, cerca de 33 milhões de toneladas saíram da Ucrânia até 2023 via iniciativa, aliviando pressões sobre os mercados globais. 

Durante a Cúpula Rússia–África de 2023 em São Petersburgo, vários líderes africanos pediram explicitamente a Putin que aceitasse o acordo. Eles alegaram fome em seus países devido à falta de grãos

Recep Tayyip Erdoğan, presidente da Turquia afirmou: 

“Sem o corredor de grãos, os países mais pobres pagarão o preço. Esperamos que o presidente Putin atue com senso de responsabilidade global.”

O porta-voz russo, Dmitry Peskov aproveitou para tentar melhorar a imagem do seu país. Ele disse: 

“A Rússia sempre apoiará o fornecimento de alimentos aos países necessitados, mas exige que seus próprios interesses agrícolas sejam respeitados.” 

Além disso, estava ocorrendo acúmulo de grãos nos próprios portos russos devido às sanções, o que derrubava o preço interno e prejudicava seus produtores. O acordo permitiu escoar estoques e estabilizar o rublo no primeiro trimestre de 2025. 

Segundo a ONU e o ISW, a Rússia só aceitou negociar novamente o acordo (em 2024 e início de 2025) após obter garantias parciais de que:

  • O Banco Agrícola Russo (Rosselkhozbank) teria algum acesso indireto ao sistema financeiro internacional.
  • Parte das exportações de fertilizantes russos seria liberada, inclusive via portos europeus, sem risco de sanção.
  • O seguro marítimo de navios russos e de bandeira neutra seria facilitado por companhias turcas e chinesas.

Essas concessões foram articuladas pela ONU em um documento de mediação liderado por Rebeca Grynspan, secretária-geral da UNCTAD, em 2024.

As exportações ucranianas voltaram a cerca de 80% do volume pré-guerra, segundo a FAO

Destruição de refinarias russas afeta mercado de petróleo e gás

A campanha ucraniana de atingir refinarias russas com drones causaram danos significativos a muitos complexos de refino. Segundo o ISW essas ações reduziram capacidade de refino e os volumes de combustível para o mercado russo e para exportação.

Reportagens indicam que cerca de 30 a 40% da capacidade de refino russa ficou afetada em episódios de 2025. 

As exportações russas de derivados (diesel, gasolina, óleo combustível) caíram 9 a 15% desde o início da guerra, reduzindo o faturamento em aproximadamente 6 a 10 bilhões de dólares por ano.

Preços internos dispararam até 25%, gerando racionamento e necessidade de importações de combustíveis de países vizinhos.

Consequências para a Europa e providências tomadas

O ISW e estudos setoriais concordam que, desde 2022, o fluxo de gás russo para a UE caiu drasticamente. Em 2021, a participação da Rússia nas importações de gás da UE era de cerca de 45 %. Em 2024 caiu para 19 %.

Em 2024, o relatório da Ember Energy mostra que os preços de gás na UE subiram 59%. O GNL (Gás Natural Liquefeito) também foi massivamente substituído. Segundo a Eurostat, no 1º trimestre de 2025, metade do GNL importado já vinha dos EUA

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