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História
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6 curiosidades sobre a KGB reveladas: assassinatos com guarda-chuvas e campanhas de desinformação que ainda funcionam

Descubra 6 fatos surpreendentes sobre a KGB que revelam o poder da agência soviética. De assassinatos engenhosos a desinformação global. Leia agora!

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
15/4/2025 17:45
Imagem da Capa: Lenin and Dzerzhinsky (fundador da KGB) por VitSmirnov.

A KGB, ou Comitê de Segurança do Estado, foi muito mais do que uma agência de inteligência: entre 1954 e 1991, ela moldou a Guerra Fria com operações audaciosas, tecnologias inovadoras e estratégias que ainda ecoam no mundo atual.

De campanhas de desinformação que enganaram nações inteiras a assassinatos executados com precisão cirúrgica, suas ações combinavam genialidade e perversão. 

Você descobrirá histórias como um presente diplomático que espionou uma embaixada por anos sem ser notado e uma rede secreta que financiou revoluções em continentes distantes, manipulando eventos centrais da história de diversos países diferentes.

Neste artigo, exploramos seis curiosidades sobre a KGB, todas comprovadas por fontes históricas confiáveis que revelam como essa organização se tornou sinônimo de poder global e crimes ocultos. 

Prepare-se para mergulhar em histórias de espionagem, manipulação cultural e tecnologia que desafiaram os limites da época – e descubra por que o legado da KGB continua a ser relevante para a política moderna.

  • A Brasil Paralelo produziu a maior série documental sobre a História do Comunismo no cenário internacional, entrevistando os maiores acadêmicos especializados no assunto e revelando segredos desconhecidos dos crimes socialistas - toque aqui para saber mais.

O que você vai encontrar neste artigo?

1. Monitoramento da produção cultural

A KGB desempenhava um papel central no controle da produção cultural soviética, supervisionando artistas, escritores e cineastas para garantir que suas obras refletissem a ideologia comunista. 

Esse monitoramento visava suprimir dissidências e promover narrativas que enaltecessem o regime, usando desde pressões sutis até punições severas, como prisão ou exílio. 

A agência também manipulava a distribuição de obras, favorecendo aquelas alinhadas ao Partido Comunista e restringindo o acesso a conteúdos considerados subversivos. Esse controle moldou profundamente a cultura soviética, limitando a liberdade criativa.

Um exemplo impactante foi a perseguição ao escritor Boris Pasternak, autor de Doutor Jivago. Publicado no Ocidente em 1957, o romance foi banido na URSS por criticar o regime bolchevique

A KGB pressionou Pasternak a recusar o Prêmio Nobel de Literatura em 1958, ameaçando sua família, e orquestrou uma campanha de difamação que o isolou socialmente. 

Ele morreu em 1960, sob intensa vigilância. A repressão ao livro, que circulava clandestinamente, mostrou a extensão do controle cultural da KGB.

Outro caso foram as censuras ao cineasta Andrei Tarkovsky, cujos filmes, como Andrei Rublev (1966) desafiavam o materialismo marxista soviético ao tratar de temas espirituais cristãos.

A KGB restringiu a exibição de suas obras, confiscou cópias e levou Tarkovsky a emigrar em 1984, após anos de assédio, para poder continuar sua obra. 

O caso ilustra como a agência suprimia vozes inovadoras, mesmo que famosas globalmente, como Tarkovsky.

A KGB contava com uma rede de informantes no meio artístico, incluindo críticos e editores, que denunciavam conteúdos "desviantes". 

Arquivos desclassificados revelam que a agência mantinha dossiês sobre milhares de intelectuais, usados para chantagem ou coerção. 

Esse sistema, detalhado em estudos históricos, criou um ambiente de medo que moldou gerações de criadores, deixando um legado de tensão entre arte e poder que ainda ressoa em análises culturais.

  • Fontes:
    • Volkov, Solomon. The Magical Chorus: A History of Russian Culture from Tolstoy to Solzhenitsyn. Nova York: Knopf, 2008, p. 210-215, 230-235. ISBN: 978-1400043460. Disponível em bibliotecas.
    • Andrew, Christopher, e Mitrokhin, Vasili. The Mitrokhin Archive: The KGB in Europe and the West. Londres: Penguin Books, 2000, p. 320-325. ISBN: 978-0140284874.
    • Finn, Peter, e Couvée, Petra. The Zhivago Affair: The Kremlin, the CIA, and the Battle Over a Forbidden Book. Nova York: Pantheon, 2014, p. 180-190. ISBN: 978-0307908001. Disponível em livrarias digitais.
    • Wilson Center, “Soviet Cultural Policy Documents” (Digital Archive, wilsoncenter.org, acessado em 2025).

2. Operações de eliminação seletiva

A KGB possuía um setor especializado em assassinatos, conhecido como "Departamento 13" ou "Divisão de Assuntos Especiais", responsável por neutralizar dissidentes, traidores ou figuras que ameaçassem os interesses soviéticos. 

Essas operações eram chamadas de "ações molhadas" (mokrye dela). Elas utilizavam métodos discretos, como venenos indetectáveis e acidentes encenados, para evitar rastreamento. A precisão dessas ações refletia o profissionalismo da agência, mas também sua disposição para eliminar opositores, independentemente de fronteiras.

Um caso chocante foi o assassinato de Georgi Markov, dissidente búlgaro, em Londres, em 1978. Markov, crítico do regime comunista, foi atingido por uma cápsula de ricina disparada por um guarda-chuva modificado enquanto caminhava na Ponte Waterloo. 

Ele morreu dias depois, e investigações britânicas confirmaram o envolvimento da KGB, que colaborou com o serviço secreto búlgaro. A sofisticação do método passou despercebida inicialmente, o que revelou a capacidade da agência em executar operações letais em solo estrangeiro.

Outro exemplo foi a morte de Lev Rebet, um nacionalista ucraniano, em Munique, em 1957. Rebet foi assassinado por um agente da KGB, Bohdan Stashynsky, que usou uma pistola de cianeto que vaporizava o veneno, causando um ataque cardíaco sem deixar vestígios. 

Stashynsky desertou em 1961 e confessou o crime, expondo a KGB e levando à condenação póstuma da agência. O caso chocou a Europa pela frieza e pela tecnologia empregada.

As eliminações exigiam planejamento meticuloso, com agentes treinados em química e logística. Documentos históricos mostram que a KGB mantinha laboratórios para desenvolver toxinas, como o Instituto Kamera, onde substâncias eram testadas em prisioneiros. 

  • Fontes:
    • Andrew, Christopher, e Gordievsky, Oleg. KGB: The Inside Story of Its Foreign Operations from Lenin to Gorbachev. Nova York: HarperCollins, 1990, p. 645-647, 620-623. ISBN: 978-0060166052. Disponível em bibliotecas.
    • BBC, “The Umbrella Murder: Georgi Markov’s Killing” (bbc.com, 5/9/2005, acessado em 2025).
    • Blake, Heidi. From Russia with Blood: The Kremlin’s Assassination Program. Nova York: Mulholland Books, 2019, p. 33-38. ISBN: 978-0316417235. Disponível em livrarias digitais.
    • Sudoplatov, Pavel. Special Tasks: The Memoirs of an Unwanted Witness—A Soviet Spymaster. Boston: Little, Brown, 1994, p. 238-240. ISBN: 978-0316773522. Disponível em bibliotecas.

3. Uso de tecnologia de vigilância inovadora

A KGB investiu pesadamente em tecnologia para espionagem, desenvolvendo dispositivos que revolucionaram a coleta de informações. Seus engenheiros criaram microfones ocultos, câmeras miniaturizadas e transmissores que podiam operar em ambientes altamente protegidos, como embaixadas e residências de alvos estratégicos. 

Esses equipamentos eram frequentemente disfarçados em objetos do cotidiano, permitindo monitoramento prolongado sem levantar suspeitas. A inovação tecnológica da KGB foi essencial para sua capacidade de competir com agências ocidentais durante a Guerra Fria.

Embaixada americana não percebeu os dispositivos soviético durante anos

Um caso extraordinário foi o dispositivo conhecido como The Thing, descoberto em 1952 na embaixada americana em Moscou. Instalado em 1945 dentro de um selo de madeira presenteado pelos soviéticos, o transmissor captava conversas sem precisar de bateria, usando uma tecnologia de ressonância ativada por ondas de rádio externas. 

O aparelho operou por sete anos, coletando informações sensíveis até ser identificado por técnicos americanos. A sofisticação do dispositivo chocou o Ocidente, destacando a habilidade técnica da KGB.

  • A Brasil Paralelo produziu a maior série documental sobre a História do Comunismo no cenário internacional, entrevistando os maiores acadêmicos especializados no assunto e revelando segredos desconhecidos dos crimes socialistas - toque aqui para saber mais.

Outro exemplo impressionante foi o uso de câmeras escondidas em cigarros e botões de casaco durante os anos 1960. Agentes da KGB utilizavam esses itens para fotografar documentos secretos em reuniões diplomáticas. 

Um caso documentado envolveu a infiltração de uma conferência da OTAN em Paris, onde um agente, posando como jornalista, capturou planos militares com uma câmera disfarçada. A operação só foi descoberta anos depois, quando um desertor revelou os métodos da agência.

Essas tecnologias exigiam uma infraestrutura robusta, incluindo laboratórios secretos onde cientistas soviéticos trabalhavam sob estrito sigilo. Arquivos históricos mostram que a KGB colaborava com a indústria militar para adaptar inovações bélicas à espionagem, como sistemas de escuta à distância. 

A combinação de criatividade e precisão técnica consolidou a reputação da KGB como uma das agências mais avançadas de sua era, com métodos que ainda inspiram análises no campo da inteligência.

  • Fontes:
    • Kalugin, Oleg. Spymaster: My Thirty-Two Years in Intelligence and Espionage Against the West. Nova York: Basic Books, 2009, p. 56-57. ISBN: 978-0465014453. Disponível em livrarias digitais.
    • Mendez, Antonio, e Mendez, Jonna. The Moscow Rules: The Secret CIA Tactics That Helped America Win the Cold War. Nova York: PublicAffairs, 2019, p. 45-50. ISBN: 978-1541762190. Disponível em livrarias.
    • CIA, “The Thing: A Soviet Listening Device” (cia.gov, Museum Section, acessado em 2025).
    • Andrew, Christopher, e Mitrokhin, Vasili. The Mitrokhin Archive: The KGB in Europe and the West. Londres: Penguin Books, 2000, p. 210-215. ISBN: 978-0140284874.

4. Campanhas de desinformação estruturadas

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